Prosumer
Prosumer foi um termo introduzido por Alvin Toffler em “The Third Wave”, escrito em 1980, como um neologismo que une os termos em inglês producer ou professional e consumer (Wikipedia).

Segundo o autor (em Books You MUST Read) este conceito nasce, no início da década de 1970, com os kits do-it-yourself e, rapidamente se transforma numa realidade com as bombas de gasolina self-service ou as caixas multibanco. Cada vez mais se vendem produtos semi-fabricados em que é suposto o consumidor fazer a montagem em casa ou a existência das linhas de atendimento ao cliente que ajudam o próprio a reparar um equipamento por assistência telefónica. São tudo mecanismos que levam o consumidor a especializar-se e a tornar-se profissional, fabricando os seus próprios produtos em casa, sem ser remunerado por esse trabalho.
Um óptimo e relativamente recente exemplo deste ponto de vista do Prosumer é o Ikea que resumidamente nos vende tábuas e parafusos e nós é que fazemos o móvel. Pessoalmente, penso que a maioria dos clientes Ikea sente a montagem da sua nova aquisição como um desafio ou um jogo. Quando decoramos uma casa e não dispomos de muito dinheiro, o Ikea aparece como uma excelente oportunidade, pois podemos mobilar a casa, de forma comparativamente barata e ainda sentimos, no final, aquele gostinho especial de termos sido nós a fazer tudo. Na minha opinião, é também um dos principais argumentos que afasta outros consumidores, que não querem ter trabalho com o seu novo móvel.
O prosumer pode também estar ligado à criação de produtos manufacturados para venda por parte do consumidor: "This urge to connect also has a more entrepreneurial side, marketing specialists say. Many young people say they are losing interest with mainstream consumer goods and are eager to sell their handmade goods to others. The ones that do sell their goods have been labeled 'prosumers,' short for 'producing consumers.’” (Netsuko Segawa, "21st century shoppers," The Nikkei Weekly, December 21, 1999).
Contudo, com as facilidades comunicacionais emergentes, o termo prosumer ganha um novo peso, representando o consumidor que tem um papel importante para as empresas, na concepção de um novo produto. Trata-se de um utilizador profissional, que sabe o que quer, que sabe os problemas que, por exemplo, o antigo modelo trazia, e que comunica com a marca contribuindo para o desenvolvimento de um novo produto que melhor responde às necessidades dos consumidores. Ele tem, por isso, um papel fundamental na vida das empresas que “o” ouvem e pode muitas vezes ser a chave do seu sucesso.
"Sean Pillot de Chenecey, trend forecaster for youth markets, said: 'People are tired, and sick of being ripped-off, but can't get away from brands and branding. As a result they are becoming 'prosumers' — they are demanding their voice be heard.'" (Cordelia Brabbs, "Web fuels consumer activism," Marketing, September 21, 2000).
Por estar normalmente ligado ao desenvolvimento de produtos, o prosumer, é muitas vezes relacionado com as novas tecnologias e por isso visto como semi-profissional. "In the parlance of the tech world, the new generation of digital film equipment is designed for the 'prosumer,' the consumer who thinks of himself as a semi-professional " (Doug Bedell, "Digital video revolution," The Dallas Morning News, October 12, 2000).
Vantagens
- Desenvolvimento de produtos mais próximos das necessidades dos consumidores;
- Resolução de problemas sentidos pelos consumidores em produtos;
- Maior integração do consumidor no desenvolvimento da marca;
- Melhor relacionamento marca-consumidor;
- Fidelização dos clientes.
Desvantagens
- Consumidores podem sentir que estão a “trabalhar de borla”;
- Dificuldades que possam surgir nas empresas no tratamento da informação se forem demasiados feedbacks;
- Para empresas que vendem os produtos semi-feitos pode afastar consumidores que não querem perder tempo com a montagem do produto que consumiram.
Sellsumer
O sellsumer é aquele consumidor habitual que ocupa uma pequena parte do seu tempo a criar algo para vender. Ou seja, não apenas gasta o seu dinheiro, mas também funciona como um empresário em nome individual que vende produtos ou serviços, em part-time, fora do seu período de trabalho, como uma segunda ou terceira fonte de rendimento.
Vários são os objectivos que podem levar um consumidor a tornar-se um sellsumer, como a necessidade de complementar os seus rendimentos, a necessidade de uma actividade extra que, em vez de pagar para a fazer, recebe uma remuneração por isso, ou o desejo de ter poder, como a trendwatching.com afirma ser uma necessidade do ser humano e que, nem que seja por um pequeno período leva ao sentimento de concretização pessoal.
Tal como esta empresa afirma, trata-se de uma tendência em abrupto crescimento, como consequência do estado de crise económica mundial, que se tem vivido nos últimos anos. Isto porque, ser um sellsumer, realmente ajuda a complementar os ordenados, que em tempos de crise têm tendência para diminuir.
“After all, if saving is the new spending, then making money—from selling personal assets, properties and creations—outshines saving.” (Trendwatching.com, 2009)
Segundo a mesma fonte, este rápido crescimento prende-se também com o facto dos conhecimentos de Marketing e Gestão estarem cada vez mais profundos e difundidos, encorajando os consumidores a criarem a sua própria marca ou negócio e pelo facto dos produtos manufacturados e vendidos pelos sellsumers terem determinadas características como preços muito económicos, normalmente também mais procuradas em tempos de recessão.
Mas afinal o que vendem os sellsumers? Muitas coisas podem ser vendidas, desde produtos que já não usem, a bijutaria que produzam, passando por alugar um quarto na sua casa ou mesmo fazer biscates, como ir arranjar o computador de alguém no sábado à noite. Tudo depende das disponibilidades, necessidades, qualidades e talentos de cada um. Daí também não ser esperado, tal como a fonte referida acima defende, que todos os consumidores se venham a transformar em sellsumers no futuro.
Obviamente não são considerados sellsumers aqueles que começam o seu negócio na perspectiva de o tornar grande num futuro vindouro, e de poder vir a viver dessa actividade como principal fonte de rendimento.
A internet é um meio que facilita o crescimento desta prática pela facilidade financeira com que se comunica o novo produto ou serviço que se quer vender. Vários são os blogs, por exemplo, que se encontram na net, de sellsumers. Aproveito para dar já o exemplo de um blog de uma colega e amiga minha de trabalho que nos seus tempos livres faz bijutaria e outras pequenas maravilhosas criações: Maria Vilhena.

Relativamente a esta prática, também cada vez é mais visível o crescente aparecimento de lojas que vendem peças para se fazer este tipo de trabalhos, demonstrando a crescente procura.
São diversos os exemplos que a Trendwatching.com apresenta, desta nova tendência, no seu site, como:
- A ParkAtMyHouse, um local online onde podemos reservar um lugar para estacionar o carro diariamente ou num dia específico em que vamos àquele local.
- A Air BnB ou a Roomorama, locais que permitem a disponibilização de um espaço em casa para outras pessoas ficarem em vez de procurarem hotéis, obviamente mais caros.
- Eamon Ryan, Ministro da Energia Irlandês que começou a incentivar as pessoas a venderem os seus excessos de energia produzidos por fontes alternativas como os painéis solares: "Before you received your power from a central source and paid for it. Now you can generate for yourself and be paid for the excess you don’t use. This type of on-site electricity generation will put more money into consumers’ pockets."
- As aplicações para os smartphones que podem ser desenvolvidas por qualquer pessoa e serem vendidas.
- O ebay.com é também um excelente sítio online para tentar vender coisas que tenhamos, na perspectiva de sellsumer.
Vantagens
- Possibilidade de complementar os rendimentos das pessoas;
- Desenvolvimento de novas criações e possibilidade de estarem presentes no mercado.
Desvantagens
- Criação de um mercado paralelo que muitas vezes é fiscalmente ilegal, e por isso uma grande fuga aos impostos, prejudicando o Estado.
Bibliografia
http://calculemus.org/lect/07pol-gosp/arch/proby-dawne/materialy/waves.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Prosumer
http://blog.ecomm.com.br/tag/alvin-toffler/
http://www.wordspy.com/words/prosumer.asp
http://techcrunch.com/2007/06/15/the-rise-of-the-prosumer/
http://trendwatching.com/trends/sellsumers/
http://www.youngupstarts.com/2009/04/04/the-rise-of-the-sellsumer/
http://blogs.consumerreports.org/reporter/2009/04/buzzword-sellsumer.html
Um óptimo e relativamente recente exemplo deste ponto de vista do Prosumer é o Ikea que resumidamente nos vende tábuas e parafusos e nós é que fazemos o móvel. Pessoalmente, penso que a maioria dos clientes Ikea sente a montagem da sua nova aquisição como um desafio ou um jogo. Quando decoramos uma casa e não dispomos de muito dinheiro, o Ikea aparece como uma excelente oportunidade, pois podemos mobilar a casa, de forma comparativamente barata e ainda sentimos, no final, aquele gostinho especial de termos sido nós a fazer tudo. Na minha opinião, é também um dos principais argumentos que afasta outros consumidores, que não querem ter trabalho com o seu novo móvel.
O prosumer pode também estar ligado à criação de produtos manufacturados para venda por parte do consumidor: "This urge to connect also has a more entrepreneurial side, marketing specialists say. Many young people say they are losing interest with mainstream consumer goods and are eager to sell their handmade goods to others. The ones that do sell their goods have been labeled 'prosumers,' short for 'producing consumers.’” (Netsuko Segawa, "21st century shoppers," The Nikkei Weekly, December 21, 1999).
Contudo, com as facilidades comunicacionais emergentes, o termo prosumer ganha um novo peso, representando o consumidor que tem um papel importante para as empresas, na concepção de um novo produto. Trata-se de um utilizador profissional, que sabe o que quer, que sabe os problemas que, por exemplo, o antigo modelo trazia, e que comunica com a marca contribuindo para o desenvolvimento de um novo produto que melhor responde às necessidades dos consumidores. Ele tem, por isso, um papel fundamental na vida das empresas que “o” ouvem e pode muitas vezes ser a chave do seu sucesso.
"Sean Pillot de Chenecey, trend forecaster for youth markets, said: 'People are tired, and sick of being ripped-off, but can't get away from brands and branding. As a result they are becoming 'prosumers' — they are demanding their voice be heard.'" (Cordelia Brabbs, "Web fuels consumer activism," Marketing, September 21, 2000).
Por estar normalmente ligado ao desenvolvimento de produtos, o prosumer, é muitas vezes relacionado com as novas tecnologias e por isso visto como semi-profissional. "In the parlance of the tech world, the new generation of digital film equipment is designed for the 'prosumer,' the consumer who thinks of himself as a semi-professional " (Doug Bedell, "Digital video revolution," The Dallas Morning News, October 12, 2000).
Vantagens
- Desenvolvimento de produtos mais próximos das necessidades dos consumidores;
- Resolução de problemas sentidos pelos consumidores em produtos;
- Maior integração do consumidor no desenvolvimento da marca;
- Melhor relacionamento marca-consumidor;
- Fidelização dos clientes.
Desvantagens
- Consumidores podem sentir que estão a “trabalhar de borla”;
- Dificuldades que possam surgir nas empresas no tratamento da informação se forem demasiados feedbacks;
- Para empresas que vendem os produtos semi-feitos pode afastar consumidores que não querem perder tempo com a montagem do produto que consumiram.
Sellsumer
O sellsumer é aquele consumidor habitual que ocupa uma pequena parte do seu tempo a criar algo para vender. Ou seja, não apenas gasta o seu dinheiro, mas também funciona como um empresário em nome individual que vende produtos ou serviços, em part-time, fora do seu período de trabalho, como uma segunda ou terceira fonte de rendimento.
Vários são os objectivos que podem levar um consumidor a tornar-se um sellsumer, como a necessidade de complementar os seus rendimentos, a necessidade de uma actividade extra que, em vez de pagar para a fazer, recebe uma remuneração por isso, ou o desejo de ter poder, como a trendwatching.com afirma ser uma necessidade do ser humano e que, nem que seja por um pequeno período leva ao sentimento de concretização pessoal.
Tal como esta empresa afirma, trata-se de uma tendência em abrupto crescimento, como consequência do estado de crise económica mundial, que se tem vivido nos últimos anos. Isto porque, ser um sellsumer, realmente ajuda a complementar os ordenados, que em tempos de crise têm tendência para diminuir.
“After all, if saving is the new spending, then making money—from selling personal assets, properties and creations—outshines saving.” (Trendwatching.com, 2009)
Segundo a mesma fonte, este rápido crescimento prende-se também com o facto dos conhecimentos de Marketing e Gestão estarem cada vez mais profundos e difundidos, encorajando os consumidores a criarem a sua própria marca ou negócio e pelo facto dos produtos manufacturados e vendidos pelos sellsumers terem determinadas características como preços muito económicos, normalmente também mais procuradas em tempos de recessão.
Mas afinal o que vendem os sellsumers? Muitas coisas podem ser vendidas, desde produtos que já não usem, a bijutaria que produzam, passando por alugar um quarto na sua casa ou mesmo fazer biscates, como ir arranjar o computador de alguém no sábado à noite. Tudo depende das disponibilidades, necessidades, qualidades e talentos de cada um. Daí também não ser esperado, tal como a fonte referida acima defende, que todos os consumidores se venham a transformar em sellsumers no futuro.
Obviamente não são considerados sellsumers aqueles que começam o seu negócio na perspectiva de o tornar grande num futuro vindouro, e de poder vir a viver dessa actividade como principal fonte de rendimento.
A internet é um meio que facilita o crescimento desta prática pela facilidade financeira com que se comunica o novo produto ou serviço que se quer vender. Vários são os blogs, por exemplo, que se encontram na net, de sellsumers. Aproveito para dar já o exemplo de um blog de uma colega e amiga minha de trabalho que nos seus tempos livres faz bijutaria e outras pequenas maravilhosas criações: Maria Vilhena.

Relativamente a esta prática, também cada vez é mais visível o crescente aparecimento de lojas que vendem peças para se fazer este tipo de trabalhos, demonstrando a crescente procura.
São diversos os exemplos que a Trendwatching.com apresenta, desta nova tendência, no seu site, como:
- A ParkAtMyHouse, um local online onde podemos reservar um lugar para estacionar o carro diariamente ou num dia específico em que vamos àquele local.
- A Air BnB ou a Roomorama, locais que permitem a disponibilização de um espaço em casa para outras pessoas ficarem em vez de procurarem hotéis, obviamente mais caros.
- Eamon Ryan, Ministro da Energia Irlandês que começou a incentivar as pessoas a venderem os seus excessos de energia produzidos por fontes alternativas como os painéis solares: "Before you received your power from a central source and paid for it. Now you can generate for yourself and be paid for the excess you don’t use. This type of on-site electricity generation will put more money into consumers’ pockets."
- As aplicações para os smartphones que podem ser desenvolvidas por qualquer pessoa e serem vendidas.
- O ebay.com é também um excelente sítio online para tentar vender coisas que tenhamos, na perspectiva de sellsumer.
Vantagens
- Possibilidade de complementar os rendimentos das pessoas;
- Desenvolvimento de novas criações e possibilidade de estarem presentes no mercado.
Desvantagens
- Criação de um mercado paralelo que muitas vezes é fiscalmente ilegal, e por isso uma grande fuga aos impostos, prejudicando o Estado.
Bibliografia
http://calculemus.org/lect/07pol-gosp/arch/proby-dawne/materialy/waves.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Prosumer
http://blog.ecomm.com.br/tag/alvin-toffler/
http://www.wordspy.com/words/prosumer.asp
http://techcrunch.com/2007/06/15/the-rise-of-the-prosumer/
http://trendwatching.com/trends/sellsumers/
http://www.youngupstarts.com/2009/04/04/the-rise-of-the-sellsumer/
http://blogs.consumerreports.org/reporter/2009/04/buzzword-sellsumer.html
Sem comentários:
Enviar um comentário